Andor

Se você ainda acha que Star Wars é só sabre de luz, fanservice e discursos motivacionais à la Jedi em crise existencial… tá na hora de rever seus conceitos e dar o play em Andor. A segunda temporada da série estreou em 22 de abril de 2025 no Disney+ e já chegou chutando as portas do Império com narrativa densa, intriga política e zero paciência pra saudosismo vazio.

Cassian Andor (Diego Luna), o personagem que apareceu pela primeira vez em Rogue One como um ladrão de meia tigela com cara de quem não dorme há três dias, se transforma aqui no herói improvável que a Rebelião precisava – e que a gente merece acompanhar com atenção

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O que Deixou Andor em Alta

Desde seu lançamento, “Andor” tem provocado um verdadeiro furor entre os fãs da saga. A primeira temporada já fez história ao transformar uma narrativa típica de seres intergalácticos em uma profunda meditação sobre resistência, opressão e o que significa realmente ser um herói. Com a segunda temporada, as expectativas estão nas estrelas, e a crítica está se deliciando com o que a nova fase promete. Quais serão os desdobramentos da Rebelião? Como o vilão Krennic, interpretado por Ben Mendelsohn, irá interferir nas já tensas relações dos protagonistas? As redes sociais não param de ferver com debates sobre teorias e possíveis revelações que ligam os pontos entre passado e futuro da franquia.

Um Star Wars mais cinza, mais complexo, mais real

Andor não é sobre jedis. Não é sobre destino. Não tem Yoda filosofando em frases de efeito. É sobre gente. Gente fodida, com dilemas reais, escolhendo resistir mesmo quando tudo parece uma péssima ideia. A série mostra a construção da Rebelião de dentro pra fora, com um olhar afiado sobre espionagem, ética e poder.

Esquece o roteiro padrão “bem vs mal” com final redondinho. Aqui o negócio é desconforto. É entender que, na guerra, não tem mocinho limpinho. A jornada de Cassian é justamente essa: de um cínico desinteressado a um rebelde disposto a tudo. A evolução dele não é embalada por frases de efeito ou destino messiânico. É suor, sacrifício e trauma.

Estrutura narrativa ousada e um elenco que entrega

A segunda temporada de Andor vem com 12 episódios, divididos em quatro blocos narrativos de três capítulos cada. Cada bloco cobre um ano da vida de Cassian e da Rebelião, aproximando a história cada vez mais do momento exato em que Rogue One começa. É uma construção meticulosa, que não subestima o público e exige um pouco mais de atenção do que o habitual fast content das plataformas.

No elenco, Diego Luna continua impecável, entregando um protagonista cheio de camadas. Ben Mendelsohn volta como Krennic, o vilão burocrático que não grita, mas ameaça com uma caneta e um sorrisinho cínico. E temos ainda nomes como Forest Whitaker, Stellan Skarsgård e Genevieve O’Reilly, que ampliam o peso dramático da trama sem perder o ritmo.

Política, resistência e o espelho do agora

Andor não se contenta em ser entretenimento. A série cutuca onde dói – desigualdade, autoritarismo, o preço da liberdade. E faz isso sem panfletar, sem apontar dedo, mas também sem passar pano. É Star Wars virando metáfora afiada pro nosso mundo real e suas pequenas distopias do cotidiano.

Em tempos de debates rasos, Andor vai fundo. Coloca o espectador pra pensar no que é ser rebelde num mundo onde todo mundo acha que já está “do lado certo”. Cassian não quer ser herói. Ele quer sobreviver. E é aí que mora a força da série: na ausência do glamour, no peso das escolhas e no silêncio entre os tiros.

E o que liga tudo isso ao universo expandido?

A série se passa cinco anos antes de Rogue One e se conecta diretamente com o arco da “Era da Rebelião”, dialogando com produções como Rebels, The Mandalorian e os clássicos episódios IV, V e VI. Mas o mais interessante é que você não precisa ser enciclopédia ambulante de Star Wars pra entender o que está rolando.

Andor é quase um spin-off autoral dentro do império da Lucasfilm: menos fanservice, mais densidade. E, convenhamos, a gente precisa disso num mar de produções que vivem de reviver personagens e não de criar histórias novas com impacto real.

E aí, vai resistir?

No fim das contas, Andor é sobre isso: resistência. Não só contra o Império, mas contra a mesmice que tomou conta da cultura pop. É uma série que desafia seu público, que entrega complexidade onde era mais fácil seguir o script. E que nos pergunta, sem romantismo: que tipo de herói você seria quando lutar significa perder, se esconder, sacrificar?

Se você quer uma história de guerra onde os tiros são só a superfície do conflito, Andor é sua série. E não vem dizer que está sem tempo – porque essa aqui vale cada minuto. Até porque, às vezes, a revolução começa na sala de estar.

Ficha Técnica de Andor

Gênero: Ação, Drama, Ficção Científica

Criação/Direção: Lucasfilm, Tony Gilroy

Elenco principal:

– Diego Luna (Cassian Andor)

– Ben Mendelsohn (Krennic)

Estreia: 22 de abril de 2025

Onde assistir: Disney+

Assista o trailer de Andor

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Escrito por

Erick Sant Ana

Redator, negro, TDAH, amante da cultura geek e de uma boa coquinha gelada. Adoro histórias, sejam elas contadas através de livros, filmes, séries, HQs ou até mesmo fofocas. Sempre vi nos livros não apenas uma válvula de escape, mas também uma forma de diversão. Com o tempo, essa paixão se expandiu para o universo dos filmes e das séries. Após anos sem ter com quem compartilhar essas paixões, decidi falar sobre elas na internet.