

O live action de ‘Como Treinar o Seu Dragão’ é, sem dúvida, uma ótima surpresa, especialmente para quem já era fã da animação e carregava consigo um certo receio de como essa transição para “a realidade” poderia afetar a magia da história original. Felizmente, o diretor das três animações (Dean DeBlois) continua no comando e mostra logo de início que veio para honrar esse universo tão amado, com escolhas certeiras tanto no visual quanto na alma da narrativa.
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CGI que emociona e preserva a identidade da animação
O primeiro impacto vem dos efeitos visuais: o CGI é belíssimo, incrivelmente detalhado e, o mais importante, mantém a estética e charme da animação. Em nenhum momento a gente sente um distanciamento visual. Pelo contrário, há uma sensação reconfortante de estar vendo algo novo, mas que respeita totalmente suas raízes. Banguela, por exemplo, continua encantador e expressivo (sua animação é tão carismática quanto nos filmes anteriores), mantendo sua fofura intacta e sua personalidade viva.


Diversidade e representatividade bem costuradas
O elenco foi escolhido com muito cuidado, e isso é evidente nas atuações. O ator Mason Thames (‘O Telefone Preto’, de 2021), que dá vida ao protagonista Soluço, por exemplo, é um dos grandes destaques do longa. Ele incorpora de forma sensível e fiel o amadurecimento, a insegurança e a progressiva coragem do personagem. É como se estivéssemos vendo o Soluço da animação ganhar carne e osso de maneira natural e cativante.
A atriz Nico Parker (‘Suncoast’, de 2024), que interpreta a personagem Astrid, embora ainda não tenha tido um desenvolvimento muito profundo de interpretação nesse primeiro filme, mostra potencial. A atriz entrega uma presença forte e, quem sabe, nos próximos capítulos tenha mais espaço para explorar e aprofundar as nuances de sua personagem.


É interessante perceber como a produção conseguiu incluir diversidade no cast de forma inteligente e coerente, mostrando como se tribos vikings existissem em diferentes partes do mundo. A narrativa se enriquece e se torna ainda mais inclusiva, sem perder o senso de realidade interna do universo que foi construído. Essa escolha não soa forçada e parece ampliar o mundo de Berk de forma orgânica, moderna e necessária. É uma representação que dialoga com o presente sem romper com o passado da história.
Fidelidade narrativa e pequenas surpresas que funcionam
Outro acerto do live action está na fidelidade à história original. Muitas cenas são tão semelhantes às da animação que despertam aquele “quentinho no coração”, um sinal claro do cuidado e respeito que a direção teve com os fãs e com o material de origem. E, mesmo com essa fidelidade, houve espaço para pequenas mudanças nos personagens secundários, especialmente nos amigos do Soluço, que ganharam mais identidade e perspectiva. Essas adaptações modernas não só fazem sentido, como também ajudam o público a se conectar melhor com eles.


Na percepção de quem vos escreve, é uma das melhores adaptações para live action já feitas (ps.: e precisa ser assistida em IMAX)!
‘Como Treinar o Seu Dragão’ estreia 12 de junho exclusivamente nos cinemas, com sessões antecipadas a partir de hoje, 7 de junho!
Assista ao trailer de Como Treinar o Seu Dragão abaixo:
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