Um heroísmo pode ter sua falta de reconhecimento, mas neste caso, tem-se muito amor envolvido e paixão pela profissão exercida. Ser dublê é uma experiência única de estrelar com seu talento e não ter seu rosto estampado nos posters, mas fazer parte de algo grandioso e potente. É nesta energia que a gente embarca em uma história de amor pela produção cinematográfica, e uma história de amor de dois amantes desafortunados que transbordam química pela tela do cinema. Senhoras e Senhores, simplesmente Ryan Gosling e Emily Blunt, duas lendas do cinema contemporâneo, nos dão o privilégio de presenciá-los atuando com paixão e intensidade no longa “O Dublê”, que conta uma história eletrizante cheia de camadas de ação e comédia para desfrutarmos de um entretenimento de qualidade. Se você está com animação lá nas alturas para assistir a este acontecimento, pode continuar com as expectativas, pois elas podem ser correspondidas.
Sinopse
O dublê Colt Seavers (Ryan Gosling) volta à ação quando uma estrela de cinema desaparece de repente. À medida que o mistério se aprofunda, Colt se envolve em uma trama sinistra que o leva à beira de uma queda mais perigosa do que qualquer uma de suas acrobacias.
Ação eletrizante e humor bem dosado
“O Dublê” caminha por uma trama cheia de emoção, com um pouco de tensão e dramaticidade no início, mas que mergulha de vez em um humor irreverente, inteligente e envolvente ao ganhar a confiança do público. Definitivamente, o humor é a melhor parte do longa, este que pega fácil o espectador e utiliza de recursos narrativos com uma sagacidade de dar inveja. E os diálogos? Simplesmente primorosos. São nos diálogos que temos sacadas geniais e que mostram todo o poder de atuação de Ryan e Emily em seus respectivos personagens.
Já na ação, Jhon Wick certamente ficaria mega orgulhoso da coragem, agilidade e desenvoltura de Colt Seavers em cena. “O Dublê” mergulha de ponta em uma ação perigosa, intensa, repleta de cenas de luta muito bem executadas, além de nos dar um gostinho do sistema que está por traz de uma cena ao executá-la, trazendo uma cena, dentro de um set e certamente outro set por trás. É quase um sonho, dentro de um sonho, dentro de outro sonho. Leonardo DiCaprio estaria orgulhoso em Memento.
Uma homenagem aos heróis anônimos do cinema
Um dos pontos altos de “O Dublê” é a forma como o filme homenageia a profissão dos dublês. Através da história de Colt, o roteiro nos convida a refletir sobre os desafios, os perigos e a dedicação desses profissionais que, muitas vezes, trabalham nas sombras e não recebem o devido reconhecimento por seu trabalho. O filme também celebra a camaradagem e o senso de comunidade que existe entre os dublês, que se apoiam mutuamente e se colocam em risco para garantir a segurança uns dos outros.
Um romance em meio ao caos e uma química explosiva
No centro de toda essa ação e adrenalina, “O Dublê” também explora a história de amor complexa entre Colt e Jody. Apesar das mágoas do passado e das circunstâncias desafiadoras, os dois personagens demonstram uma química inegável e um sentimento de amor que resiste ao tempo e às provações. A dinâmica entre Gosling e Blunt é um dos grandes trunfos do filme, e a forma como eles interpretam seus personagens com paixão e entrega torna a história ainda mais envolvente.
Nem tudo são acrobacias
Apesar de seus pontos fortes, “O Dublê” também apresenta algumas falhas que merecem ser mencionadas. O roteiro, em alguns momentos, cai em clichês e previsibilidades, e a trama secundária envolvendo um mistério criminal pode até se desenvolver de forma satisfatória, mas acredito que de forma muito rápida e deixando de lado a química e profundidade que precisa ter com o público. Mistérios são excelentes para despertar a curiosidade do espectador, mas saber resolvê-los é o que pode dar força para a narrativa e tornar o enredo imbatível.
Outro fator que talvez tenha deixado a desejar, é a falta de aprofundamento do personagem de Emily Blunt, que interpreta Jody. Ok, sei que o protagonismo é de Ryan e isso é óbvio. Mas qual o motivo de deixar de lado a história de Jody, que poderia dar ainda mais vida para o filme e deixá-lo mais atraente e apaixonante? Jody é uma personagem extremamente interessante, de fácil identificação, inteligente, sarcástica, sagaz e poderosa nas telonas. É uma pena não termos seu legado na história não ser valorizado, o que poderia render cenas hilárias tanto de sua vida pessoal quanto profissional, que acrescentam e muito na linha temporal do longa e fazem conexão direta com o personagem de Ryan.
“O Dublê” é paixão pelo cinema, pela vida e por tudo que nos atravessa o peito
Longe de ser um longa que fala sobre a profissão de dublê, tanto por suas dificuldades, adversidades, riscos e a falta de reconhecimento. “O Dublê” mergulha na paixão que a produção de cinema encontra os corações de todo um coletivo reunido para criação das obras. É uma carta de amor para este ato que vai além do reconhecimento nos créditos, carrega uma amor incondicional e que um longa consegue traduzir e nos passar com maestria. Este longa é uma lição de que nós devemos acreditar e nunca desistir de fazer aquilo que nos faz feliz, que nos preenche e acende uma chama por dentro. É sobre sonhos que já se realizaram, perderam seu sangue nos olhos, mas precisam de alguma forma ser reacendidos pois fazem parte de quem a gente é. Jamais podemos desistir ou nos esquecer disso.
Confira abaixo o trailer de O Dublê, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 02 de maio.