Morbius

Qual o seu grau de exigência a respeito de filmes de super-herói? Pois como grau de exigência para filmes de vampiro, sabemos que precisa ser mais romântico e encantador que Edward Cullen, nossa paixão platônica da adolescência. Seja para telespectadores assíduos do universo da marvel, que entrega produções impecáveis; ou para amantes em quadrinhos, que vibram com cada produção para o cinema; nós temos esses e muitos outros motivos para refletir sobre a experiência com Morbius, que traz uma produção ainda perdida em seu propósito, mas com potencial gigantesco de conquistar o público e gerar uma relação tão digna quando Edward e Bella – ai ai, sinto pena de quem não gosta da saga Crepúsculo.

Morbius é simplesmente um anti-herói tão interessante, quanto conflituoso do universo dos quadrinhos da Marvel Comics, ou mais especificamente, do Homem-Aranha. O longa traz a história de Michael Morbius, um bioquímico que possui uma doença sanguínea rara e, para curar sua condição, aposta em um tratamento experimental que gera efeitos colaterais e acaba lhe tornando em uma espécie de vampiro vivo, que carrega consigo um lado obscuro que pende entre o bem e o mal – e luta contra si mesmo. 

Clichês de herói? Temos todos. 

O longa Morbius entrega os clichês de herói mais esperados do cinema, de um modo diria até que previsível, talvez? Um pouco. Temos aqui um anti-herói que nasce agora em um longa dedicado, com a responsabilidade de entregar a construção de um personagem preciso, consistente e com personalidade própria. E esta é uma tarefa que vai muito além de entregar o básico de um herói que caminha dentro dos limites da sua jornada do herói, sem arriscar outros caminhos. 

Em termos de narrativa, fica bem difícil criar uma conexão tanto emotiva quanto alegre com o longa, que passeia pelas cenas quase sem empolgação, com um ritmo um pouco morno em alguns momentos e, em outros, bastante perdidos. Olha que deixei as expectativas em casa na hora de ir assistir, viu? Mesmo assim, não encontrei uma ligação que deixasse alguma marca com o longa ou com o personagem.

Tem ação, tem impacto e efeitos bem executados

As cenas de ação são o ponto alto de Morbius, que mostrou que veio pra não ficar de bobeira passeando entre as cenas. Foram momentos com bastante movimento e efeitos visuais, me arrisco dizer até que bastante profundos, mostrando que alguém fez muito bem o dever de física em casa – detalhe: não sei NADA sobre física – ou pelo menos me enganou direitinho em termos de apresentação dos super-poderes do personagem. 

E convenhamos que, com um roteiro disperso e sem muita profundidade de narrativa e personagens, alguma coisa precisa compensar no final das contas. O que mais chama a atenção é que há uma certa sensibilidade em mostrar as habilidades do personagem, sendo este algo que, talvez, Morbius tenha me ganhado. Estou simplesmente apavorado e encantado pelos super-poderes desse anti-herói sinto algo mas não sei ainda o que é. Sony, dá pra fazer mais um filme pra eu saber, por favor? Obrigado. 

Uma adaptação interessante para ganhar o público, talvez? 

Morbius apresenta ao mundo, simplesmente, o primeiro Vampiro Herói das telonas. Claro que com menos lenda e mais ciência, o vampiro super poderoso pode ser uma aposta (não sei como, mas temos fé) que traz uma nova roupagem, um novo formato e até mesmo um novo mood de herói para os cinemas – diria que algo mais misterioso, nublado e enigmático. Claro que o potencial não é alcançar um morcegão nem ser um sucesso de bilheteria, mas ser algo diferentão e totalmente inesperado.

Jared Leto, você é TUDO. 

Após interpretar o personagem difuso e fora de contexto Paolo Gucci, em House Of Gucci, Jared Leto vem nos agraciar com uma atuação envolvente e muito bem aproveitada, mesmo em meio a um roteiro confuso e cheio de falhas de continuidade, desconexões de fatos e pontas soltas. 

Desde a introdução da história, sua linha temporal e todos os fatos que transformam o Dr. Michael Morbius em um grande anti-herói, Leto brilha em todos os momentos em que precisa entregar a força, intensidade e sensibilidade que o personagem exige. Temos aqui mais um grande caso motivo de colapso entre entusiastas e amantes de cinema – um baita ator, entregando um grande personagem, em um filme que não aproveita desse potencial. Você tem o povo, Jared Leto! 

Este é um date válido com Morbius, nos Cinemas. E eu aconselho que você vá. 

Hashtag e textão não definem sua opinião. O que mais recebi nessa semana, foram mensagens de pessoas que estão animadíssimas para ver Morbius. Não adianta, o MCU é um evento presente em nossos corações já, né? E não tem como adiar. Nessa hora, nem a opinião do melhor crítico de cinema da atualidade (será que sou eu? fica uma questão), pode definir a percepção pessoal de cada um sobre um filme de herói. 

Se você já estava namorando Morbius, pode ir sem medo aos cinemas para prestigiar essa produção que a Sony se esforçou muito para fazer, e que reconheço esse trabalho. Certo que, com Jared Leto como herói, esperamos algo no mínimo interessante e admirável – e foi tudo isso e mais  um pouco. Por isso, pode se preparar para ter uma experiência inesperada e mergulhar num mundo novo, cheio de novas possibilidades. Esse date é seu. 

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Confira abaixo o trailer oficial de Morbius (2022), que estreou nos cinemas nesta quinta, 31 de março de 2022. 

Escrito por

Alison Henrique

Publicitário, Empresário, Dançarino, Cantor, Estudante de Filosofia e, claro, APAIXONADO por Cinema, Arte, Música e Livros. Crítico de Cinema aqui no {Des}Construindo o Verbo com muito sentimento, emoção e boas reflexões pra gente mergulhar nas obras do cinema contemporâneo. Seja Ficção, Drama, Romance, DC, Marvel, Ficção Científica, Bom, Ruim, Médio ou Péssimo. A gente sempre vai se encontrar por aqui pra discutir um pouco sobre tudo. Instagram: @alisonxhenrique.