

“Black Mirror”, a série que conseguiu transformar um simples assistir televisão em um ato tão ansioso quanto navegar na deep web, voltou para a sua sétima temporada. Lançada em 10 de abril de 2025, a nova leva de episódios não só reacendeu o fogo da discussão nas redes sociais como também acendeu os alarmes da sua mente crítica, que anda em permanente alerta contra os impactos da tecnologia na sociedade contemporânea.
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O retorno triunfal de Black Mirror
Por que “Black Mirror” é assunto do momento? Primeiro, porque a série conseguiu dar um tempo digno de lenda, mantendo o público na expectativa e, claro, criando uma aura de mistério digna de um filme cult. Com dois anos de hiato, o retorno não poderia ser mais aguardado. E, convenhamos, a Netflix sempre soube como fazer o marketing das suas produções—com o hype beirando a histeria, os fanzines digitalizados das redes sociais borbulhavam com teorias de conspiração e memes que tornaram o retorno quase um ritual de adoração.
Mas não é apenas a nostalgia do longo tempo sem novidades que atraiu as massas. O elenco dessa temporada traz pesos pesados como Peter Capaldi, Issa Rae e Paul Giamatti, atuando sob a batuta do criador e diretor Charlie Brooker—que, para tristeza ou alegria de muitos, segue firme e forte com seu olhar cínico e afiado sobre nosso futuro apocalíptico, que parece menos ficção e mais previsão.
O que esperar da nova temporada de Black Mirror: sinopse e temas provocativos
“Black Mirror” é uma série antológica em que cada episódio investiga, de maneira inquietante, como a tecnologia pode transformar nossas vidas—desde a banalidade do cotidiano até questões filosóficas e éticas que rasgam a tecido da sociedade. Com uma narrativa feita sob medida para nos fazer questionar, cada capítulo é como uma porrada na cara do telespectador—e a sétima temporada não é exceção.
A série irá explorar temas contemporâneos como inteligência artificial (sim, aquele seu assistente digital fodão que você não conseguiu deixar de amar mesmo sabendo que ele está te vigiando), o vício digital, e a ética em um mundo em que o “like” se tornou o novo “obrigado”. Os roteiros prometem ser tão provocativos quanto memoráveis, resgatando a essência de episódios icônicos como o “USS Callister”.


Quais são os episódios dessa sétima temporada de Black Mirror
Episódio 1 – “Common People” (Pessoas Comuns)
Sinopse: A professora Amanda e o soldador Mike são um casal feliz que deseja ter um filho. Quando Amanda é internada com um tumor cerebral, Mike aceita uma oferta da start-up Rivermind: o cérebro dela será restaurado através de uma assinatura, com o tumor sendo substituído por um receptor que consegue as funções cerebrais perdidas através de transmissões vindas dos servidores da empresa. Conforme o custo da assinatura aumenta, Mike precisa tomar decisões cada vez mais desesperadas para manter sua esposa viva3.
Episódio 2 – “Bête Noire”
Sinopse: Maria desenvolve sabores em uma empresa de chocolate e reencontra Verity, uma antiga colega de colégio, quando esta surge no grupo de testes. Maria começa a perceber pequenas diferenças em sua vida e erros no seu trabalho, eventualmente culpando Verity. Conforme a realidade parece mudar ao seu redor, Maria descobre que Verity desenvolveu um computador quântico capaz de alterar a realidade com saltos entre universos paralelos3.
Episódio 3 – “Hotel Reverie”
Sinopse: A estrela de Hollywood Brandy Friday é lançada em um remake de alto nível tecnológico e extremamente imersivo de um clássico filme romântico. Para voltar para casa, ela terá que seguir o roteiro à risca1.
Episódio 4 – “Plaything” (Brinquedo)
Sinopse: Um solitário excêntrico chamado Cameron, obcecado por um misterioso videogame dos anos 1990, é preso em conexão com um caso arquivado e macabro — e o interrogatório logo toma rumos que a polícia jamais esperava1.
Episódio 5 – “Eulogy”
Sinopse: Philip descobre sobre a morte de sua ex-namorada Carol, que ele não via há décadas. A empresa Eulogy oferece um sistema inovador que permite aos usuários literalmente entrarem em fotografias de memórias do passado, levando Philip a revisitar um período doloroso de sua vida e confrontar seus arrependimentos13.
Episódio 6 – “USS Callister: Into Infinity”
Sinopse: Robert Daly está morto, mas a tripulação da USS Callister — agora liderada pela Capitã Nanette Cole — descobre que seus problemas estão apenas começando. Os clones digitais navegam ilegalmente pelo universo do jogo, tentando sobreviver sem serem descobertos pela empresa13.
Esta temporada traz de volta alguns rostos conhecidos de episódios anteriores, como Cristin Milioti e Jimmi Simpson de “USS Callister” e Will Poulter de “Bandersnatch”, além de contar com novos talentos como Rashida Jones, Peter Capaldi, Paul Giamatti e Issa Rae.


Impacto cultural de Black Mirror e a discussão atual
À medida que mais e mais pessoas mergulham em debates nas redes sociais sobre o que realmente significa a realidade digital que nos cerca, “Black Mirror” se torna ainda mais relevante. A ascensão da IA, os medos que a cercam e o papel que a tecnologia desempenha em condicionar nossos comportamentos são temas que não servem apenas como entretenimento; eles se tornaram questões urgentes no nosso cotidiano.
Não é por acaso que a série gera um fenômeno social. As discussões aquecidas sobre cada episódio saltam dos fóruns especializados para as timelines do Twitter, onde até o algoritmo entra em debate (okay, isso seria uma grande reviravolta para um episódio). As reflexões sobre ética na tecnologia, por exemplo, são cada vez mais debatidas em conferências e fóruns acadêmicos. O que “Black Mirror” faz, portanto, é refletir sobre essas questões antes que elas entrem em nosso cotidiano; em outras palavras, a série serve como um alerta—ou uma profecia autocumpridora—sobre o que está por vir.
Como se isso não fosse o suficiente, alguns episódios já estão marcados por algumas referências pop que poderão ampliar o debate. Pense em Lorde e suas letras acertadas sobre a sociedade moderna; ou em memes que surgem e viralizam em questão de minutos, refletindo realidades distorcidas que “Black Mirror” explora a fundo. Neste cenário, cada colaborador cultural parece ser uma peça na engrenagem de um futuro distópico nos quais essas discussões não são apenas entretenimento; elas são a base da nossa convivência.
Uma pergunta que ecoa
Com tudo isso em mente, é impossível não se perguntar: será que “Black Mirror” não é apenas um espelho quebrado, mas uma janela para o nosso futuro? E mais, ao consumirmos essa série, estamos apenas passando a batata quente de nossas inquietações ou, de fato, procurando entender que os monstros que tememos estão mais próximos do que imaginamos?
Então, você vai assistir à nova temporada se deixar levar pela nostalgia ou já está pensando no que fazer com os traumas da tecnologia que “Black Mirror” reviverá em você? Afinal, podemos rir ou chorar, mas a verdade é que, como sempre, a série nos dá mais motivos para refletir do que para relaxar. Comentários e discussões são muito bem-vindos; quem sabe possamos canalizar esse dilema de forma mais produtiva do que um tweet cheio de emojis.
Assista ao trailer da 7ª temporada de Black Mirror
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