Após sermos apresentados a uma distopia com visuais impecáveis, cenas poderosas e um jeito místico e envolvente de Duna (2019), foi possível testemunhar o nascimento de obra profunda, grandiosa e inspiradora que só estava começando, mas com uma introdução primorosa e já apaixonante. Se você não viu a crítica do primeiro filme, sugiro que dê uma olhadinha, afinal, já fazem mais de dois anos. E se você não está preparado para a parte 2 desta jornada, eu sugiro que se prepare pois vem aí uma coisa muito forte. ‘Duna: Parte 2’ é épico, arrebatador e uma das obras mais impactantes dos últimos tempos. Digo isso com tranquilidade, já que esta obra-prima do diretor Denis Villeneuve estreou com 96% de aprovação no Rotten Tomatoes (e 100% no meu coração). Se no primeiro filme o conselho de Denis era para você assistir no cinema, na Parte 2 da trama isso é OBRIGATÓRIO. Esta vai ser uma experiência única para você, acredite.
Sinopse
Paul Atreides se une a Chani e aos Fremen enquanto busca vingança contra os conspiradores que destruíram sua família. Enfrentando uma escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo, ele deve evitar um futuro terrível que só ele pode prever.
A história se intensifica, ganha força e se torna grandiosa
Eu sei, eu sei. Eu sei que muitos de vocês acharam um pouco monótono, parado, um ritmo meio lento na primeira parte de Duna. Eu só acho engraçado que a primeira temporada de Game Of Thrones vocês não reclamaram, né? Pois se você estava com fome de enredo, carente de emoção e um caos generalizado, saiba que a “Duna: Parte 2” promete ser mais intenso, impactante e um prato cheio para suas emoções ficarem à flor da pele.
No segundo episódio da trama, que se iniciou lá em 2019, a continuidade dos fatos, acontecimentos e elementos da história ganharam espaço para preencher a telona do cinema e nos presentear com um espetáculo visual, estético, sonoro e principalmente narrativo, já que temos um roteiro totalmente livre para seguir seu caminho pelo planeta desértico de Arrakis e proporcionar uma experiência transcendental.
Cenas, efeitos e uma produção de arrepiar
Transcendental é a palavra perfeita para resumir este longa tão aguardado pelos aficcionados por ficção científica e por este trabalho tão lindo de Denis Villeneuve (A Chegada – 2015; Blade Runner 2049 – 2017, Duna – 2019), que continua no segundo capítulo da saga.
Temos com a fotografia em sua mais perfeita forma e proporcionando cenas espetaculares, onde os detalhes intrigam, questionam, se tornam místicos e te abraçam.
O que mais toma conta dos sentidos nesta experiência, é a capacidade desta obra magnífica te fazer arrepiar através dos efeitos sonoros. Eu fui arrebatado e não percebi. Ao ficar tão imerso nas cenas, o sentimento é de testemunhar algo grandioso pessoalmente. As cenas de guerra ganham o coração de quem é apaixonado por esta parte. A orquestra visual e sonora faz uma dança hipnotizante na nossa frente.
E mais uma vez, Hans Zimmer, traz sua excelência na composição da trilha sonora de Duna: Parte 2. Para quem não sabe, Hans é responsável pela trilha sonora de filmes como Interstellar (2014), Inception (2010), O Rei Leão (1994), Batman (2008 e 2012) e muitas outras obras.
Da parte 1 para a parte 2, qual o sentimento?
Paixão. Se você não se apaixonar por esta franquia, pode esquecer. Claro que na parte 1 você terá uma belíssima e profunda introdução ao universo complexo de Duna. É uma batalha que você terá que passar para, então, ir para a guerra. Não queira, REPITO, NÃO QUEIRA ver Duna: Parte 2 sem ver o primeiro filme. Nós temos elementos bastante complexos como família, trono, herança, riqueza, conquista e todos os babados que a gente gosta, tal qual uma boa novela das 9h.
Leia, releia e relembre o primeiro filme nesta crítica: Duna — a distopia que a gente precisava para voltar à realidade
No segundo capítulo, temos um desenrolar fantástico de vários elementos da narrativa, o nascimento de personagens icônicos e memoráveis, e a transformação de toda a história em algo ainda maior do que já é. Será que estamos preparados para sentir o poder desta franquia? O sentimento que deixo aqui, é que Duna irá conquistar um público ainda maior com esta nova fase. Testemunhamos aqui toda a força e presença que Duna traz para mostrar que é possível cativar com qualidade e excelência. Em quase 3h de duração, se esta obra tinha um papel para cumprir, o trabalho está feito.
Acredite, Timothée me deixou sem palavras — e Zendaya sabe que é a maior
Após deixar um gostinho doce de chocolate em sua atuação magnífica em Wonka (2024), Timothée Chalamet mostra todo o seu talento na atuação, que é superior aos seus looks horrendos nas premiações e premieres do longa, em uma interpretação de grande impacto no longa. Seu alter ego, Muad’Dib, aflora um personagem forte, imbatível, implacável e que arrepia com sua presença, sua forma de lutar e guerrear, seu comando de voz autoritário e desafiador. Chalamet talvez tenha desafiado seus limites e entregado um personagem de carreiras neste longa, digo isso com tranquilidade.
Já Zendaya, nossa musa Chani, mesmo com um protagonismo secundário na trama, tem o papel muito importante de ir contra o argumento da trama, rebelar sentimentos legítimos de dúvida, questionamento e incompreensão. Sim, Chani se mostra uma personagem ainda incompreendida e promete, ao meu ver, ser um divisor de águas na franquia e, até mesmo, um porto seguro de realidade, coragem e veracidade. Você vai entender o que estou falando ao assistir ao longa.
Um elenco à altura de uma obra-prima
Sem dúvidas, o elenco de Duna: Parte 2 é responsável pelo conjunto impecável de toda a obra. Com um time desses, quem vai ousar peitar a produção de um longa tão grandioso? Eu temeria enfrentar qualquer personagem deste elenco.
Nós temos Rebecca Ferguson como Reverenda Madre em uma atuação impiedosa e devastadora. Com seu olhar intimidador, Ferguson entrega uma personagem emblemática para o longa. Para fortalecer o elenco feminino tão imponente, temos Florence Pugh como a afrontosa Princesa Irulan e Léa Seydoux como Margot Fenring, uma Bene Gesserit talentosíssima.
Mas quem eu quero parabenizar de verdade, é Austin Butler entregando o gostoso e temível Feyd-Rautha Harkonnen, sobrinho mais jovem e herdeiro do Barão Vladimir Harkonnen. Austin atua com um olhar hipnotizante, uma presença de assombrar qualquer um por seu olhar frio, sua expressão de força e resistência. Eu sei que você vai se apaixonar por quem não presta, então aproveita esta oportunidade para morrer de amores.
‘Duna: Parte 2’ é uma experiência inenarrável e avassaladora (acredite)
É simplesmente surreal o poder deste longa nos fazer ter uma das experiências mais impactantes dos últimos tempos dentro da sala de cinema. Foi de arrepiar e emocionar. Uma obra que desperta todos os sentidos e torna indescritível a sensação de presenciar este acontecimento. Com um conjunto de fatores impecáveis, ‘Duna: Parte 2’ tem tudo para se consagrar como uma das maiores e melhores ficções científicas do século 21. Você testemunhará o nascimento de Muad’Dib e a ascensão de um legado poderoso nos cinemas. É qualidade e excelência de Villeneuve e seu poder de transformar e arrebatar. Sem mais palavras.
Confira abaixo o trailer de Duna: Parte 2 (2024), que estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 29 de Fevereiro de 2024.