![Barbie](https://desconstruindooverbo.com.br/wp-content/uploads/2023/07/AnyConv.com__Barbie.webp)
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Barbie para mim sempre foi a boneca loira perfeitinha, que não se encaixava na realidade preta periférica que foi minha infância. Talvez a Suzy se encaixasse mais, já que era a boneca de baixo custo que mais chegava perto do sonho de possuir uma Barbie. Na verdade o possuir está muito ligado ao fato de ser — e às vezes até parecer ser. Afinal, quem não gostaria de um mundo perfeito todo pintado de rosa? Life in plastic, it’s fantastic. Mas a gente sabe que a realidade vai muito além de ter uma Barbie negra na coleção e sentir alguma representatividade nisso. E mesmo com duras críticas à uma representação superficial da realidade, o longa Barbie (2023), conseguiu trazer discussões importantíssimas em um equilíbrio impecável com a comédia, drama e até mesmo questões sociais, políticas e de gênero. Não precisa me xingar antecipadamente pois vim aqui para ACLAMAR um dos maiores (se não o maior) lançamento deste ano. Vem comigo?
Sinopse
Depois de ser expulsa da Barbieland por ser uma boneca de aparência menos do que perfeita, Barbie (Margot Robbie) parte para o mundo humano em busca da verdadeira felicidade.
Um roteiro autêntico, profundo, hilário, sensível e muito inteligente
É tanta coisa para falar sobre Barbie, que me faltam sentimentos para descrever e adjetivos para incluir em cada um dos aspectos técnicos e narrativos do longa. Vamos começar pela autenticidade que é ponto marcante no longa, trazendo uma originalidade nos diálogos que é de se apaixonar, se encantar e quase pular da cadeira de felicidade. Barbie garante gargalhadas gostosas com as tiradas geniais e as coisas absurdas que acontecem no mundo de plástico, vulgo, Barbieland.
O hilário nos dá espaço para o sensível e profundo também, ao colocar Barbie em situações que questionam as emoções humanas e, principalmente, os problemas de gênero, igualdade, equidade que a mulher enfrenta, além de discussões políticas, socioeconômicas, culturais importantíssimas e que também se fazem presente no filme. Fora as referências do cinema que Greta Gerwig usa com maestria.
![Barbie: impecável, brilhante, emocionante e um dos maiores atos do cinema de 2023 {Crítica}](https://desconstruindooverbo.com.br/wp-content/uploads/2023/07/barbie-filme-2023-critica-8-1024x683.jpg)
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Se ela entrega na estética? Oh guys, she’s Barbie!
Na verdade eu nem vou falar muito da estética pois vocês sabem que vai estar tudo lindíssimo. Mas quero só exaltar a produção que fez um trabalho maravilhoso na iluminação do filme (que inclusive, na Barbielândia, foi gravado 100% em estúdio) e, óbvio, exaltar a equipe de figurino que entregou demais em todos os looks (até mesmo dos Ken’s, PASMEM). O ponto alto são os cenários e uma Barbieland toda feita de plástico e um destaque do mundo Barbie no mundo real também, oferecendo um contraste único e vívido.
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Uma trilha sonora que abraça o longa perfeitamente
Longe de ser um musical chato e desnecessário, Barbie flui com maestria entre as músicas e entrega uma baladinha envolvente e empolgante, com coreografias que te chamam para entrar na dança com os personagens. Já em outros momentos, temos uma performance cheia de carisma e com o elenco totalmente em sincronia e afiado na coreografia. Além disso, o que mais deixa a trilha sonora tão especial são as letras das músicas, que funcionam como uma extensão do roteiro, trazendo ainda mais sentido para as cenas e deixando os personagens ainda mais carismáticos e hipnotizantes. Definitivamente, um elenco de estrelas que nasceram para brilhar.
E Barbie mostra também que não foi feito apenas para festejar. Se você espera não chorar, prepare o lencinho pois o longa também emociona muito. Uma música que toca profundamente na alma é What Was I Made For?, de Billie Eilish, que por sinal, tem uma letra perfeita, melodia belíssima e vocais perfeitos. Alguém discorda? Pois discorde aí na sua casa.
He’s just Ken
Ele é apenas Ken — a representação mais clara e fiel à imagem do homem que mais tem músculos do que cérebro. O patriarcado trabalha silenciosamente e disfarçadamente aqui. Embora Ken seja quase um acessório para Barbie e, praticamente, um poço de crise de identidade, este tem o papel de mostrar todas as nuances do submundo de masculinidade (tóxica) e virilidade que é ainda mais absurdo que um mundo rosa superficial e de plástico.
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E você realmente acha que Barbie será superficial?
É o que mais tenho ouvido a respeito, como se uma boneca de plástico que veste rosa fosse o maior problema mundial de 2023. Quem dera tivéssemos uma catástrofe cor-de-rosa iminente. Já checou se suas barbies irão participar da dominação mundial? Bom ficar de olho se ela não está tramando contra você.
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Concordo que Barbie é uma das maiores contradições da face da terra. Sua superficialidade maquiada em tons de rosa traz o mundo ideal que gostaríamos de viver, e o ideal que gostaríamos de ser. Mas por qual motivo essa perfeição incomoda? É uma das tantas perguntas que o longa responde através de cenas com diálogos profundos e cheios de sensibilidade, além de humor pra gente rir da vida real e se deleitar com os problemas humanos que nos rodeiam.
Margot Robbie é a chave para o sucesso do longa — assim como todas as outras atrizes
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A atuação de Margot Robbie deixa um quentinho no coração de uma Barbie que vai eternizar a imagem da maior boneca do mundo na tela dos cinemas. Os movimentos, trejeitos, emoções e o sorriso perfeito nos encantam a todo momento. E o carisma de todas as Barbies? É simplesmente o que deixa o filme cheio de vida, com uma atuação excelente de todas as mulheres, que entregam talento, originalidade, inteligência e senso de comunidade.
Além de Margot, temos um brilho único, claro, da nossa maravilhosa Barbie Presidente, interpretada por Issa Rae; da Barbie Estranha, interpretada por Kate McKinnon; e do carisma sem igual de America Ferreira e Ariana Greenblat, que interpretam mãe e filha e dão ainda mais vida para o longa, trazendo um sentimento de familiaridade e identificação para o filme. A escolha de America como Gloria foi um acerto excelente para o filme e digo isso com tranquilidade.
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Barbie é obrigatório para todas as mulheres (e homens também)
Se você ainda acha que Barbie é perda de tempo, um filme irrisório, fraco e sem propósito, não sou eu quem vai te convencer do contrário pois não estou aqui pra isso. Mas o que posso dizer é que este longa é importantíssimo para toda e qualquer mulher na face da terra. Não de todas as idades, pois a classificação indicativa do filme é a partir dos 12 anos de idade, então não, não é para crianças. Se algum pai ou mãe reclamar, você já sabe o que falar. Mas além de mulheres, os homens também se incluem no público, já que precisam de um choque de realidade para entender que nem tudo é sobre o Ken eles pensam que é.
Barbie além de abordar com leveza e humor a feminilidade como um todo, traz reflexões importantes sobre a batalha árdua e pesada da mulher no mundo, oferecendo um espaço de desconforto para tratar de forma sensível, verdadeira e confiante tudo o que as mulheres precisam saber para entender que, quem precisa mandar no mundo, são elas.
Já separou o look Barbiecore?
Pois este é o momento de você servir nos looks para estréia de Barbie nos cinemas. Se a sua rua, seu feed, seu guarda-roupa ou até mesmo sua mãe não ficou rosa, você não está vivendo essa fase Barbie do jeito certo. Aliás, não aguento mais ver comida cor-de-rosa no meu feed. Parem de acabar com estoque de corante alimentício rosa no mercado para colocar no miojo, eu imploro.
Barbie é, sem dúvidas, o maior ato do cinema em 2023. Coerente, profundo, hilário, inteligente, autêntico, envolvente e impecável. Ele vai muito além de plástico e conversa com a realidade, contradição e com as emoções de um jeito lindo e amável. Barbie é um longa para rir, chorar, se divertir, refletir e tirar as coisas do lugar para que façam mais sentido (ou não façam). É para te fazer pensar que não estamos muito distantes de uma metáfora de plástico, que veste rosa e é cheia de glamour. Você vai entender, definitivamente, que a busca pela nossa essência, força e identidade nunca pode acabar, e se você acha ou tem certeza que chegou ao fim, acredito que se enganou. Boa viagem até Barbieland para você.
Confira abaixo o trailer de Barbie (2023), que estréia nos cinemas nesta quinta-feira, 20 de julho de 2023.