O que seria de nós sem o Sci-fi para questionar os limites do futuro da humanidade? Afinal, não dá pra viver sem imaginar os milhares de cenários que a tecnologia, ciência e revolução das máquinas podem trazer para nossas vidas dentro de alguns anos. Claro que se depender de um certo bilionário aí, teremos somente o assassinato de redes sociais e tecnologia autodestrutiva. Mas por enquanto, está liberado nos segurarmos em produções de ficção científica que nos levam para um mundo não só de imaginar, mas de refletir sobre os limites da ciência e nossa relação com as máquinas. “Resistência”, novo longa de Gareth Edwards, diretor de Rogue One: Uma História Star Wars (2016), promete uma experiência impactante e cheia de emoção para quem ama o gênero.
Sinopse
“Resistência” se passa no meio de uma guerra futura entre a raça humana e as forças da inteligência artificial. Joshua (John David Washington), um ex-agente das forças especiais em luto pelo desaparecimento da sua esposa Maya (Gemma Chan), é recrutado para caçar e matar O Criador, um arquiteto da IA avançada que desenvolveu uma arma poderosa que ameaça a humanidade. Mal Joshua sabe que a arma capaz de acabar com a guerra e com o mundo, que ele foi instruído a destruir, é na verdade uma IA na forma de uma criança.
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Uma história de tirar o fôlego
É ficção científica com política e a discussão do futuro do IA na humanidade. Se eu fosse resumir “Resistência” em uma frase, definitivamente seria isso. Com uma narrativa primorosa e envolvente, o longa entrega em mais de 2h de duração, uma história grandiosa que navega muito bem pelas emoções, nos deixando conectados de uma forma linda com todo o conjunto da obra.
Resistência, ou em seu título original, The Creator, carrega consigo um roteiro muito bem construído e entrelaçado, um trabalho primoroso de Chris Weitz com Gareth Edwards, que também assume a direção do longa. A sequência de acontecimentos separada em atos proporciona uma leitura clara e compreensível de todo o filme, o que agrega muito na experiência, já que Resistência é ficção científica que não precisa ser complexa, só precisa passar sua mensagem e fazer o espectador pensar.
Se você não se emocionar com o longa, você estará morto por dentro? Talvez. Mas se você não questionar suas emoções e sentimentos, você estará assistindo errado. Resistência causa estranhamento sobre nossa própria humanidade, sobre o que é ser humano de verdade. Sugiro que se prepare.
Visuais e efeitos impecáveis e impactantes
Não à toa, nós temos a mesma direção de Rogue One: Uma História Star Wars (2016), o que oferece uma grandiosidade para as telas do cinema. Mas te digo que Resistência conseguiu se superar. Com cenários futuristas simétricos, naves com design impressionante e um trabalho primoroso das formas de vida IA que beiram a perfeição em traços tecnológicos, a produção visual e de efeitos do longa entregou algo primordial para a história: uma estética digna ficção científica.
O que mais encanta são todos os detalhes que a produção entrega nas cenas, personagens e máquinas, naves, carros e itens futuristas. Ao mesmo tempo que se aproxima do nosso cotidiano e da nossa realidade, oferece um cenário talvez possível do que a tecnologia nos trará. Às vezes, um Sci-fi não está muito distante do futuro próximo. Embora traga o que não é real, este é um convite para você se perder com os visuais e a estética que fará você se apaixonar pelo longa (assim espero), como eu me apaixonei.
Personagens potentes e marcantes
Para começar, gostaria de falar que é INJUSTO não ter John David Washington como protagonista em TODOS os filmes de ação e ficção científica, sem exceção. Para alguém que já brilhou em longas como Tenet (2020), Infiltrado na Klan (2018) e Malcom & Marie (2021), o mundo é muito pequeno. John possui dramaticidade no olhar, uma força incomum ao atuar, sua presença é algo marcante e cheia de impacto. No longa, John vive Joshua, entregando uma interpretação maravilhosa que pende para o drama, ação e até mesmo momentos de comédia.
Junto a isso temos Maya, interpretada por Gemma Chan, que embora tenha uma participação tímida no longa, entrega potência em sua atuação. Sou fã da Gemma desde sua aparição na série Humans (2015 – 2018), onde interpretava um robô com consciência humana — o que considero propícia à sua escolha para o longa, além de justa, pois Gemma brilha muito em seus papéis.
Mas o que nos envolve e apaixona mesmo, é a atuação de Madeleine Yuna Voyles, que interpreta Alphie no longa. De fato, Madeleine é uma força surreal atuando, transbordando carisma e fazendo nos apaixonar por cada ação, cada palavra que falava ou pelo seu olhar que preenchia a cena e tocava o coração. Espero que este seja o sentimento para você, pois para mim foi assim.
Um arco de redenção grandioso e emocionante
A redenção marca uma história. É uma entrega necessária para fazer toda a experiência de um longa chocar-se seja com as expectativas do espectador, suas emoções, lágrimas ou o momento que este também se rende para o longa. É sempre uma via de mão dupla. De um lado, a obra, intocável. De outro, o espectador, apreensivo, ansioso e em frenesi. Resistência não é sobre qualquer história no cinema, mas sobre um Sci-fi que tem algo grandioso para oferecer e emocionar.
“Resistência” traz toda a beleza e potência da ficção científica para a tela do cinema
Se você, assim como eu, ama este gênero e defende com todas as suas forças, Resistência é a obra perfeita para você se alimentar de uma excelente obra de ficção científica e navegar pelos tantos mares do futuro que tanto amamos encontrar.
Mais que uma boa experiência no cinema, este é um longa que traz importantes questões para mentes inquietas, respostas previsíveis sobre um futuro próximo que já acontece agora, e uma imensidão de cenários futuristas que podem acontecer ou não. O que importa, é sempre estarmos preparados para aquilo que mais tememos e, principalmente, para o que desconhecemos.