

Todos os 7 filmes anteriores nos trouxeram até aqui: um (possível) glorioso adeus à Ethan Hunt e todo o universo que conhecemos em Missão: Impossível.
Com quase 30 anos de presença no gênero de ação, a franquia retorna com muita vontade de não apenas mostrar do que é capaz, mas também lembrar momentos marcantes e estabelecer o lugar de Tom Cruise como a figura icônica que ele é.
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A nova aventura começa dois meses após os acontecimentos do capítulo anterior, com Ethan Hunt recém-saído de uma fuga na Áustria e ainda na cola do enigmático Gabriel Martinelli (Esai Morales). Determinado a detê-lo antes que ele consiga acesso a um programa de inteligência artificial conhecido como Entidade — uma criação consciente e potencialmente devastadora, capaz de colocar em risco os pilares da civilização moderna — Ethan se vê mais uma vez em uma missão praticamente impossível. Como se isso já não fosse o bastante, ele também precisa lidar com a pressão constante da agora presidente dos Estados Unidos, Erika Sloane (Angela Bassett), que exige a devolução de uma chave em forma de cruz — o único artefato capaz de recuperar um vírus cibernético que pode neutralizar a Entidade de forma definitiva
Christopher McQuarrie retorna para dirigir mais um filme da franquia, desta vez utilizando muitos elementos nostálgicos para evidenciar o legado que ajudou a construir. A tentativa de fazer um filme equilibrado e que abraça todos os tropos das narrativas é visível. Para fazer com que a trama tenha um peso maior, temos no filme um uso quase exagerado de partes muito detalhadas, algo bem na sua cara, quase que por medo do público se confundir com o que está se desenrolando na tela. Apesar da tentativa de equilíbrio ser louvável, é também um ponto fraco visto que a adição de tantos elementos para evitar que o filme seja puramente “plástico” e descartável, faz dele longo demais para o gênero.


Ethan Hunt (Tom Cruise) se consagra como “o escolhido” e nessa aventura vemos como ele se tornou o avatar perfeito para este título. E por avatar, eu vou além da ideia de “persona” e ouso dizer que ele se torna basicamente o Aang desse universo passando por cenas de ação no ar, na água, na terra e… Obviamente com tantas explosões, no fogo também. A construção das cenas de ação são brilhantes, algo tipicamente Missão: Impossível. Toda a sequência no submarino, resgatando a vibe de filmes de ação antigos, mas com elementos tecnológicos atuais é de tirar o fôlego e finalmente entendo a história que eu ouvi na fila de alguém que o smartwatch marcou como atividade estressante intensa.
Um ponto importante de ser enaltecido é o maravilhoso elenco do filme, principalmente a equipe que auxilia o nosso querido herói. Cada um recebe um papel importante para o grande momento e tem sua chance de brilhar.
Luther (Ving Rhames) é o responsável por criar uma “pílula venenosa” digital que deve neutralizar o grande inimigo. Benji (Simon Pegg) sabe como encontrar o submarino onde está o código fonte do computador. Grace (Hayley Atwell), agora treinada pela IMF, é o braço direito do herói. E a mais nova recruta do time, Paris (Pom Klementieff) é a clássica assassina que por conta de sua sede descontrolada por sangue acaba sendo cômica.
O oitavo filme da franquia traz um desfecho, mas não necessariamente um final definitivo para toda a franquia, o que nos leva a pergunta: será mesmo o último? É um filme que foca bastante no legado de Ethan Hunt e não faz questão de deixar sutil, seja quando resolve focar nos seus diálogos (que beira o piegas) sobre como nosso herói da humanidade é também visto como vilão dependendo do ponto de vista, até mesmo às colagens descaradas jogadas na tela para evidenciar momentos marcantes dos filmes anteriores e dar novos significados. Missão: Impossível – O Acerto Final é um filme de ação que, apesar de errar em alguns momentos e cometer mais exageros do que deveria, mostra a brilhante jornada do nosso personagem e deixa claro sua importância tanto no seu universo, como no nosso.
Assista ao trailer de Missão: Impossível – O Acerto Final
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