Criticar a DC é fácil. É só entrar nos pontos de um filme muito escuro, superficial, fraco, fórmula pronta, chato, forçado, morno, monótono. A gente faz um bingo e não demora muito para cantar vitória, principalmente após os fracassos de Adão Negro (2023), Shazam! Fúria dos Deuses (2023) e The Flash (2023). Será que temos salvação no meio desse imenso mar de heróis? Longe de Besouro Azul ser a promessa divina que irá salvar a DC desse dilúvio de filmes desconexos, mas falar que este é um filme fraco, sem ambição, um emaranhado de cópias e outras tantas críticas negativas de certos sites, é um exagero absurdo. Abrindo com 88% de aprovação no Rotten Tomatoes, o novo longa da DC com distribuição pela Warner Bros traz a jornada do Besouro Azul nas telas do cinema, apostando no nosso cristal lapidado que é Bruna Marquezine para entregar muito carisma na produção. 

Sinopse

Recém-formado, Jaime Reyes volta para casa cheio de expectativas para o futuro, mas logo descobre que seu lar não é mais o mesmo. Enquanto tenta encontrar seu propósito no mundo, o destino intervém e faz chegar às mãos de Jaime uma antiga relíquia da biotecnologia alienígena – o Escaravelho. Quando o Escaravelho escolhe Jaime como seu hospedeiro simbiótico, sua vida muda para sempre. Ele ganha uma incrível armadura que lhe dá poderes extraordinários e se torna o Super-herói BESOURO AZUL.

Besouro Azul é mais família e menos indústria

Este talvez seja um subproduto da indústria que, ao meu ver, não vai agradar muito os fãs assíduos de heróis, nerds, geeks e afins. Afinal, o que mais tivemos atualmente foram produtos da indústria de super-heróis que mais fracassaram do que renderam resultados. Não estão totalmente errados, acredito eu. Mas é inocência pura julgar um subproduto e compará-lo entre tantos fracassos. Não é a mesma estante, penso eu. 

Foto: Divulgação / Warner Bros Pictures / DC

Besouro Azul constrói sua narrativa ao redor da família, ao amor, união e a força que a família tem para nos dar o suporte necessário nas horas mais difíceis. Não me lembro de algum filme de herói que traga um enredo desse tipo. O longa se apegou à presença e falta daquilo que mais nos impulsiona e nos preenche para contar a história de Jaime Reyes e Jenny Kord, mais precisamente de Jaime, que tem uma família perfeita e, sem dúvidas, é o que mais nos apaixona e o destaque do longa. 

O longa rompe com todos os padrões americanos

Com um elenco majoritariamente latino e uma ansiedade imensa em ver nossa estrela brasileira brilhando no longa, Besouro Azul rompe com o padrão de super-herói americano ao apostar na latinidade do elenco e em diversas referências políticas que reforçam a luta e a presença do povo latino em terras estrangeiras. Isso é ainda mais reforçado pela direção de Angel Manuel Soto, diretor porto riquenho que traz seu olhar meticuloso para o longa ao trabalhar o pertencimento e as raízes latinas até nos mínimos detalhes. 

A chave é: sensibilidade e originalidade 

O longa nos apresenta para um super-herói que está longe de ser o mais forte, invencível, imortal e destaque entre os demais. Jaime Reyes (Xolo Maridueña), o Besouro Azul, tem o privilégio de fugir de uma fórmula que fabrica heróis sem originalidade e com uma personalidade forçada, para ser alguém mais humano, identificável, sensível, emocional e também vibrante. Esta foi uma característica encontrada não só no Jaime, mas no restante dos personagens, que expõem um jeitinho único de ser e cada um brilha dentro de seu próprio espaço. 

É para rir do começo ao fim (e para chorar quando for a hora certa)

É quase impossível não rir neste longa tão vibrante, enérgico e contagiante, principalmente quando a família de Jaime Reyes entra em cena para nos prender com seu poder latino. Com um bom humor que nunca acaba, o longa pode até ser visto como um pouco estereotipado em alguns momentos, mas é inegável a naturalidade que se dão as interações em família, fica até difícil dizer que não são uma família de verdade. É amorosa, engraçada, divertida, parceira, forte e com traços culturais latinos que enriquecem as cenas e fazem a gente se identificar.

Um elenco que exala latinidade 

Foto: Divulgação / Warner Bros Pictures / DC

Xolo Maridueña (Cobra Kai, 2018), ator norte-americano de ascendência mexicana, cubana e equatoriana, interpreta nosso super-herói latino e, ao lado de Bruna Marquezine (Jenny Cord), formam uma dupla que esbanja carisma, autenticidade e a presença latina que contagia todo o longa. Mas esta presença não se resume apenas aos atores, mas também ao restante do elenco, que traz George Lopez (Rudy Reyes), Raoul Trujillo (Conrad Carapax), Adriana Barraza (Nana Reyes), Elpidia Carrilo (Rocio), Belissa Escobedo (Milagros Reyes) e também Becky G, dubladora da voz de Khaji-Da. 

Dá para esperar algo de Besouro Azul? 

Foto: Divulgação / Warner Bros Pictures / DC

Vá de coração aberto para prestigiar Besouro Azul nos cinemas e, claro, nossa maravilhosa Bruna Marquezine que nos arrebata com sua beleza, atuação incrível e uma força e borogodó que só a mulher brasileira tem. Rasgando elogios aqui, o longa é lindo, divertido, cheio de humor e uma carta de amor às relações que nos mantém no mundo e com os pés no chão. 

Confira o trailer oficial de Besouro Azul (2023) que estreia nesta quinta-feira, 17 de Agosto, nos cinemas do Brasil.

Escrito por

Alison Henrique

Publicitário, Empresário, Dançarino, Cantor, Estudante de Filosofia e, claro, APAIXONADO por Cinema, Arte, Música e Livros. Crítico de Cinema aqui no {Des}Construindo o Verbo com muito sentimento, emoção e boas reflexões pra gente mergulhar nas obras do cinema contemporâneo. Seja Ficção, Drama, Romance, DC, Marvel, Ficção Científica, Bom, Ruim, Médio ou Péssimo. A gente sempre vai se encontrar por aqui pra discutir um pouco sobre tudo. Instagram: @alisonxhenrique.