O lendário filme Beetlejuice – Os Fantasmas Se Divertem (1988), que fez parte da infância de inúmeros millennials — inclusive deste que voz fala que guarda boas lembranças e uma nostalgia inconfundível —, retorna para uma grandiosa continuação da história, com o retorno do temido e falecido Beetlejuice para aprontar e incomodar muito. Inclusive, se você quer reassistir o primeiro capítulo dessa obra, pode rever no streaming Max (inclusive recomendo, viu?). Agora se você está tremendo de ansiedade e empolgação para reencontrar personagens icônicos e abraçar este novo capítulo de Beetlejuice, pode colocar a empolgação lá no alto pois esta será uma experiência gostosa e inesquecível. 

Beetlejuice 2 (Beetlejuice Beetlejuice) ou em seu título brasileiro, Os Fantasmas Ainda Se Divertem, nos dá o prazer de revisitar um clássico de Tim Burton que entregou carreiras e consagrou-se como uma das obras mais inusitadas, divertidas, aterrorizantes e criativas dos anos 80. 36 anos depois, cá estamos nós para presenciar a continuação deste feito e gritarmos de felicidade ao vermos Winona Ryder e Michael Keaton retornarem com seus papéis originais e nos darem o prazer desta nova etapa da história. Tudo pronto? Vem comigo que te conto sem spoilers os principais sentimentos do filme. 

Sinopse

Retornamos à casa em Winter River, onde três gerações da família Deetz se unem após uma tragédia familiar inesperada. Lydia Deetz já é adulta e mãe da adolescente Astrid, que repentinamente descobre a misteriosa maquete da cidade no sótão e abre, sem querer, o portal para a vida após a morte, mais uma vez virando a vida da família Deetz de ponta-cabeça com o ressurgimento do extravagante fantasma Beetlejuice. 

Uma história recheada de personagens, acontecimentos e reviravoltas adoráveis    

Beetlejuice 2: Tim Burton amadurece uma obra icônica e eterniza seu legado na história {Crítica}
Imagem: Divulgação / Warner Bros Pictures

Além dos nossos personagens do coração, Beetlejuice e Lydia Deetz, temos inúmeras outras razões para ir ver “Beetlejuice 2” na tela do cinema e guardar no coração esta lembrança. Começando pela trama que entrelaça diversas narrativas beirando até mesmo o exagerado e absurdo, mas ao mesmo tempo oferece um ritmo mais agitado e empolgante para o longa, trazendo cenas mais enérgicas, contagiantes e envolventes, sendo ao meu ver, o ponto alto que te prende do início ao fim e faz-nos abraçar a obra. 

Tim Burton está na estética, nos detalhes e na impecável condução de um espetáculo fenomenal 

Beetlejuice 2: Tim Burton amadurece uma obra icônica e eterniza seu legado na história {Crítica}
Imagem: Divulgação / Warner Bros Pictures

É simplesmente surpreendente o modo como Tim Burton, o diretor e a lenda por trás desta obra, consegue brincar com tantos elementos em cena e conceder um monumento como Beetlejuice 2. Temos os cenários históricos dos anos 80 agora reformulados para as telonas do cinema de modo fantástico. A cidadezinha em miniatura continua lá, agora mais nítida e com cores vívidas, claro, não deixando para trás as aparências mortíferas dos nossos falecidos do além que trabalham incansavelmente para manter a morte em seus devidos caixões. 

Loucuras, travessuras, o humor perfeito e motivos de sobra pra se encantar com este filme 

Beetlejuice 2: Tim Burton amadurece uma obra icônica e eterniza seu legado na história {Crítica}
Imagem: Divulgação / Warner Bros Pictures

O que presenciamos no longa é um espetáculo onde o anfitrião é a morte e sua imprevisibilidade pintando e bordando de um modo nunca tradicional, mas sempre mais aleatório e irônico possível. Em “Beetlejuice 2” você irá navegar por tantas loucuras e não tenho dúvidas que irá amar todas elas. Junte isso ao humor leve, descontraído e inteligente que a obra carrega, e você dará muitas risadas em inúmeras cenas. Acredito que o que mais me impressionou foi o teor de algumas piadas e, principalmente, o sarcasmo e ironia presentes nas cenas, nos diálogos e na abordagem dos personagens que encanta do início ao fim. 

O elenco é sensacional e torna a obra ainda mais potente e revigorante  

“Beetlejuice 2” traz até nós o saudoso retorno de uma das mais emblemáticas personagens da carreira de Winona Ryder (Stranger Things, 2026), nossa musa dos anos 80 e 90 que interpreta a inconfundível Lydia Deetz no longa. Lydia agora cresce junto de seus dons e torna-se mãe de Astrid Deetz, personagem de Jenna Ortega, detentora de um hype absurdo após sua caracterização como Wandinha (2022), série homônima da Netflix. Jenna, que também acaba de estrelar no longa “A Garota de Miller (2024)”, que chega nesta quarta-feira (4) no Prime Video, traz um frescor para esta continuação e, incrivelmente, dá um match perfeito com toda a estética e o trabalho de Tim Burton. Quem sabe essa parceria ainda pode render novas produções? Esperamos. 

Beetlejuice 2: Tim Burton amadurece uma obra icônica e eterniza seu legado na história {Crítica}
Imagem: Divulgação / Warner Bros Pictures

Além de nossas góticas preferidas, temos no elenco o retorno de Michael Keaton como Beetlejuice, trazendo para nós o jeitinho surtado, insano e abusado do demônio que dá nome ao longa. Beetlejuice volta agora menos ácido e abusado, trazendo uma abordagem menos pentelha e mais objetiva. Contamos também com a volta de Catherine O’Hara como Delia Deetz, nossa musa inspiradora cheia de ideias abstratas e sua arte absurda. Delia, assim como o longa, envelheceu como vinho em seu personagem, garantindo boas risadas em praticamente todas as suas falas — foi um absurdo atrás do outro. Amo ela! Tenho como figura materna. 

Beetlejuice 2: Tim Burton amadurece uma obra icônica e eterniza seu legado na história {Crítica}
Imagem: Divulgação / Warner Bros Pictures

O longa ainda conta com presenças pesadíssimas como Monica Bellucci, que interpreta Delores e entrega muita beleza e uniquess; Willem Dafoe, como Wolf Jackson, um personagem hilário e fora da casinha — inclusive, não mais disruptivo que seus personagens em Kinds of Kindness (2024), que falei um pouco mais na crítica aqui no {Des} —; Danny DeVito que vem apenas para dar uma passadinha e Justin Theroux, o deus grego de The Leftovers (2014), que interpreta Rory na trama com um visual digno dos anos 80. 

“Beetlejuice 2” torna a obra ainda melhor, entrega uma nostalgia deliciosa e traz felicidade para as telonas   

Beetlejuice 2: Tim Burton amadurece uma obra icônica e eterniza seu legado na história {Crítica}
Imagem: Divulgação / Warner Bros Pictures

A sensação é de sair da sala de cinema completo, em êxtase e apaixonado. Tenho certeza que esses serão seus sentimentos após assistir o tão aguardado Beetlejuice 2, que deu uma aula de como amadurecer uma obra que já existe e torná-la um marco na história. É assim que Tim Burton consegue trazer sua genialidade e insanidade para nos presentear com algo que traz o passado para conversar com o presente. Dentro dessa surra de nostalgia, temos um dos longas mais divertidos e revigorantes do ano, que dá vontade de ver novamente de tão gostosa e prazerosa esta experiência.  

Confira abaixo o trailer oficial de Beetlejuice 2 – Os Fantasmas Ainda Se Divertem (Beetlejuice Beetlejuice), que estreia nesta quinta-feira, 05 de setembro de 2024, nos cinemas de todo o Brasil.

Escrito por

Alison Henrique

Publicitário, Empresário, Dançarino, Cantor, Estudante de Filosofia e, claro, APAIXONADO por Cinema, Arte, Música e Livros. Crítico de Cinema aqui no {Des}Construindo o Verbo com muito sentimento, emoção e boas reflexões pra gente mergulhar nas obras do cinema contemporâneo. Seja Ficção, Drama, Romance, DC, Marvel, Ficção Científica, Bom, Ruim, Médio ou Péssimo. A gente sempre vai se encontrar por aqui pra discutir um pouco sobre tudo. Instagram: @alisonxhenrique.