

Zootopia 2, que chega aos cinemas brasileiros hoje, 27 de novembro, vem com a difícil missão de dar continuidade a um universo já querido e consolidado e, surpreendentemente, faz isso com delicadeza e personalidade. Sob a direção de Jared Bush e Byron Howard, dupla responsável por sucessos como Encanto e Enrolados, o filme ganha um toque ainda mais energético e emocional, equilibrando bom humor, ritmo e sensibilidade. A sequência preserva o carisma do original, mas abraça um amadurecimento narrativo que torna esta nova visita a Zootopia empolgante.
Na nova aventura, Judy Hopps e Nick Wilde mergulham em um caso que começa relativamente pequeno, mas rapidamente se transforma em uma ameaça que coloca a cidade inteira em alerta. A investigação leva a dupla a distritos inéditos, encontros nada convencionais e figuras muito suspeitas. Entre eles estão Gary, uma cobra, e Patalberto, um lince. A trama escala de forma ágil, deixando claro que qualquer faísca pode reacender antigos conflitos.
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A química caótica da dupla segue irresistível
O ponto central do filme continua sendo a parceria elétrica (e às vezes até irritante) entre Judy e Nick. As discussões constantes, os estilos opostos e o humor afiado dos dois continuam rendendo. É justamente desse contraste que vem o encanto da dupla: eles se completam enquanto discordam. Ao mesmo tempo, o roteiro reserva momentos de vulnerabilidade que humanizam (ou “animalizam”, no melhor sentido) os personagens, permitindo que o público se conecte com suas falhas e inseguranças.
Uma marca registrada do primeiro longa, as referências inteligentes à cultura pop, retorna com força. Zootopia 2 brinca com clássicos como O Silêncio dos Inocentes, O Iluminado e O Poderoso Chefão de maneira criativa, inserindo paródias e homenagens. Funcionam como uma camada de humor extra e ajudam a manter o ritmo sempre vivo, sem atrapalhar a narrativa principal.
A dublagem brasileira continua impecável. Monica Iozzi e Rodrigo Lombardi retomam com naturalidade o tom espirituoso de Judy e Nick, mostrando domínio das nuances dos personagens. Danton Mello como Gary e Thaila Ayala como Dra. Fuzzby também se destacam, adicionando frescor às novas presenças da trama. Ainda assim, fica a vontade de uma segunda sessão para conferir a performance de Ginnifer Goodwin, Jason Bateman, Ke Huy Quan, Quinta Brunson, Idris Elba e Andy Samberg no áudio original.


Personagens inéditos dão mais “vida” à cidade
Os novos personagens são cativantes, cada um com motivações curiosas e personalidades marcantes. Eles ajudam a expandir o universo já rico de Zootopia, contribuindo para a sensação de cidade “viva”, cheia de pequenos dramas, rotinas e histórias paralelas (que podem render novos episódios do spin-off Zootopia+). O desenvolvimento dos coadjuvantes, por mínimo que seja, é um ponto que dá profundidade ao mundo e reforça a impressão de que tudo ali está realmente em constante movimento.
E como não mencionar o retorno de Gazelle? Shakira brinda a produção com uma nova música tema vibrante, que combina com a energia multicolorida do filme. No conjunto, Zootopia 2 é uma continuação inteligente (pois segue na zona de conforto de um roteiro seguro), divertida e sensível, que respeita o original. Com direção talentosa, humor afiado e personagens irresistíveis, a sequência confirma que Zootopia ainda tem muito a oferecer e certamente vale uma nova sessão, seja dublada ou no áudio original.
Assista ao trailer oficial dublado de ‘Zootopia 2’:
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