Na era de live-actions da Disney que, após entregar adaptações como Rei Leão e Alladin, por exemplo, segue na busca por transformar a experiência de animações clássicas no cinema. Há quem goste das propostas, há quem deteste animais falantes e há quem prefira ficar no passado. Mas uma coisa temos que concordar, Halle Balley brilhou em seu primeiro protagonismo nos cinemas de uma forma deslumbrante. A Pequena Sereia além de marcar um grande acerto do estúdio nos cinemas, fará os fãs da ruivinha dos mares vibrarem com um longa muito bem produzido, encantador em todos os seus detalhes.
A Pequena Sereia (2023), conta a história de uma jovem sereia que faz um acordo com uma bruxa do mar para trocar sua bela voz por pernas humanas, com o desejo de descobrir o mundo fora da água e impressionar um príncipe.
O jeito de contar a história é encantador
Mesmo que a história seja a mesma, sabemos que isso é o que importa. O longa nos faz navegar pela trama de uma forma única. Impossível não se sentir envolvido e conectado pela forma de narrativa que A Pequena Sereia entrega. Do começo ao fim, você se vê acompanhando todo o desenrolar de acontecimentos que te mergulham em todos os atos. Fizeram um trabalho lindo ao determinarem um ritmo nada apressado para cada um dos elementos, o que permite apreciarmos a busca de Ariel por viver o mundo intensamente e por completo.
Uma trilha sonora linda e poderosa
A começar por “Part of Your World”, que é simplesmente um ato que me emocionou. Se saíram lágrimas? Não tenha dúvidas. As notas altas, a interpretação, a emoção que Halley coloca na performance fazem do filme um dos melhores longas musicais que já assisti. Toda a trilha sonora dá o tom perfeito para o longa, seja na voz de Halle ou na voz do elenco coadjuvante que entrega muito talento e carisma.
Eu sou suspeito para falar de Halle cantando, já que sou seu fã desde o álbum debut Ungodly Hour (2020) com sua irmã, Chloe Balley. Mas olha, não estava preparado para tamanho talento sendo exaltado nas telas do cinema.
Imagens de qualidade altíssima e uma fluidez estética maravilhosa
O longa é um espetáculo estético à parte. Temos um show no fundo do mar, com cores, espécies, movimentos e profundezas marinhas impecáveis. A equipe de CGI está de parabéns por entregar um realismo supremo, além de movimentos invejáveis e encantadores. A fluidez que temos de Ariel e até mesmo de suas irmãs no fundo do mar é algo impressionante.
Há quem tenha reclamado ou tenha preocupações a respeito da coloração e edição visual vista através dos trailers de The Little Mermaid. Não se preocupe, tudo está muito bem trabalhado, e o cabelo da Ariel é uma das coisas mais lindas que já vi. O tom do cabelo, o movimento esvoaçante no fundo do mar, o aspecto fora do mar. Tudo ficou muito bem produzido.
Halle Balley é simplesmente um acontecimento nos cinemas
Halle Balley nos mostra que nasceu para viver Ariel. Com toda a sua doçura, carisma, potência vocal, jovialidade, presença, performance, enfim, são muitos os elementos que fazem de Halle alguém extremamente completa para o papel e simplesmente não deixa a desejar em nenhum momento.
Muito se fala sobre A Pequena Sereia ser o acontecimento de Halle. Tanto concordo como assino embaixo. Temos na tela dos cinemas uma Ariel que não precisa entregar somente inocência, mas navega muito bem por todos os sentimentos. Além disso, a parte musical é o que deixa tudo perfeito e completo.
A sutil discussão racial de The Little Mermaid
É fato que o protagonismo de Halle Balle no papel principal, como Ariel, levantou um alvoroço na internet e até um boicote coletivo ao trailer, que recebeu milhares de dislikes no Youtube. Esta é uma discussão real e necessária sobre as raízes do racismo, seja ele explícito, enraizado ou escancarado. Na verdade, discute-se algo irreal, que é a aparência que uma sereia, um ser irreal precisa ter. Mas sabemos que não é sobre o irreal. É sobre a realidade de pretos incomodarem com seu protagonismo, talento e carisma nos cinemas. Parte do público não está preparado para isso. Pois que continuem não preparados.
Embora tenhamos Halle como a pauta principal da indignação de não termos uma sereia branca ou ruiva, temos uma discussão sutil no longa sobre as relações interraciais e o negro como nobreza. Este paralelo se abre para discutirmos e transformarmos o papel do negro no cinema. Esta reflexão eu deixo pra você.
Uma Úrsula má, perversa, vibrante e hipnotizadora
Melissa McCarthy é a responsável por trazer uma Úrsula cheia de vigor, maldade e presença para o longa. Sua presença no longa proporciona pontos importantíssimos na trama, mas nos presenteia com a grandiosidade e genialidade de Melissa, que interpreta uma Úrsula sexy, poderosa, carismática e realmente perversa. Embora eu concorde com a discussão de quem este papel poderia ser interpretado por uma Drag Queen, não deixamos de ter um bom personagem em uma boa caracterização e interpretação.
Um milagre: um príncipe com carisma
E olha que isso é um milagre mesmo. Jonah Hauer-King entrega o príncipe Eric, que simplesmente é de arrancar suspiros por todo o seu encanto e personalidade. Não temos aquele príncipe xoxo ou sem sal, que se escora na presença de Ariel. O longa nos entrega um príncipe justo, inteligente, sem medo e que não nos deixa entediados.
A Pequena Sereia é um dos maiores live-actions do cinema, digo com tranquilidade
Simplesmente um filme apaixonante. A Pequena Sereia tem emoção, representatividade, talento e carisma de sobra. Junte isso a uma trilha sonora linda e uma interpretação impecável de Halley Balley, e temos o live-action do século.
O longa é fácil de prender sua atenção, é fácil de apaixonar, é fácil de emocionar. A Pequena Sereia é algo pra te arrebatar nos cinemas. É um longa para louvarmos e exaltarmos o protagonismo negro nos cinemas. Prestes a estrear “A Cor Púrpura”, em breve nos cinemas, Halley brilhou e irá brilhar e nos arrebatar com seu protagonismo e grandiosidade.
Confira abaixo o trailer oficial legendado de A Pequena Sereia (2023), que estreia nos cinemas nesta quinta, 25 de Maio de 2023.
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