Após o sucesso estrondoso de Super Mario Bros. O Filme nos cinemas, uma adaptação de um dos maiores jogos de todos os tempos, quem diria que teríamos uma adaptação de um jogo de RPG para nos agraciar nas telonas, só que agora com outra nostalgia — a de Caverna do Dragão. Tão breve declarei a newstalgia como o alimento da alma para millennials, então podemos dizer que estaremos todos muito bem alimentados nessas duas semanas de lançamentos promissores de adaptações. Não tenho dúvidas que o coração deste público, emocionado com um grande ode à infância que são essas adaptações, terá muito para viver, se emocionar, rir, amar e se apaixonar nos cinemas.
Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes se passa no reino de Izmer, onde as pessoas são divididas em castas de acordo com sua habilidade com a magia. A história começa quando um grupo de rebeldes liderados por Ridley Freeborn (Hugh Grant) se une a um grupo de aristocratas, liderados por uma princesa, para derrubar o malvado Profion (Jeremy Irons), que deseja governar o reino com uma mão de ferro.
Coesão e aclamação em uma história bem contada
Um roteiro bem estruturado é o ponto principal que esperamos em uma boa adaptação, e D&D consegue entregar isso facilmente. Seguindo uma progressão natural e sem pressa, o longa permite que o espectador se familiarize com o mundo do jogo e entenda todo o desenrolar da história, embarcando numa jornada fascinante. É notável o cuidado em retratar o universo do jogo de forma fiel, mantendo a essência da história original, mas sem tornar o filme inacessível para quem não é familiarizado com o jogo.
O enredo é muito bem amarrado, com muitas reviravoltas e momentos emocionantes — e isso é algo que transformou minha experiência com o longa. Além disso, temos diversas cenas de ação empolgantes, que mantêm o espectador preso à tela, sem deixar que a história fique monótona. A direção de Courtney Solomon é segura, e ele consegue extrair boas atuações de todo o elenco.
Um elenco que entregou carisma de sobra
Os personagens são de fato interessantes e muito bem desenvolvidos, com cada um tendo sua própria personalidade e motivações. Temos Edgin (Chris Pine), que traz uma irreverência e um jeito muito único de ser; Holga (Michelle Rodriguez), nossa musa motorizada mostrando que nem só de Velozes e Furiosos vive a mulher; Doric (Sophia Lillis), entregando horrores na atuação e na história com uma personagem apaixonante, e eu não esperava nada menos da minha favorita desde I Am Not Ok With This (2020); Xenk (Regé-Jean Page), com o papel do homem mais sexy e inteligente do reino de Izmer (e o mais lindo do mundo); e o maravilhoso e único Simon (Justice Smith), que sempre entrega carisma e autenticidade de sobra em seus trabalhos.
A química entre os personagens é algo que chama muita atenção, pois nos envolve no papel de cada um na história e, principalmente, nos conecta com cada um deles. Já digo que é impossível não gostar de todos e querer o bem deles. Você vai amar as atuações, as personalidades e autenticidade de cada personagem, a história de cada um e, principalmente, vai sair do cinema com o sentimento que todos fazem parte da sua família, de tão cativantes e intensos que são.
De longe, Holga (Michelle Rodriguez) é de longe, a personagem mais interessante do filme, na minha humilde opinião, claro. Holga além de entregar muita força, faz nos apaixonarmos por seu jeitinho de ser. O aprofundamento da personagem foi uma coisa digna de Hobbit. Deixou um sentimento de quero mais. Michelle, eu te imploro, larga o Vin Diesel e fica em D&D pra sempre!
De um RPG para as telas do cinema, não espero menos que bons efeitos
Os efeitos especiais de Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes são um trabalho impressionante, onde temos cenários riquíssimos e bem planejados. O mundo do jogo, ou o reino de Izmar, é totalmente rico em detalhes, perceptíveis nos visuais deslumbrantes apresentados no filme.
As criaturas são um espetáculo à parte, sendo muito bem desenhadas e conferindo um ar de fantasia muito bem vindo para o filme. Me chamaram a atenção inclusive, as personalidades de algumas criaturas e as construções bastante inusitadas, que chegam a ser um pouco cômicas, confesso, mas com muita coesão e sentido.
Um apelo emocional forte
E isso nos conecta de uma forma profunda, linda e significativa com o longa. Confesso que chorei no fim do longa, visto o vínculo que o filme nos faz criar com os personagens e com as motivações que os personagens buscam no decorrer da história. D&D traz a sensibilidade como um recurso para aprofundamento em um universo que até poderia ser complexo, mas a escolha foi certeira ao trazer algo que conversa com todos os públicos.
O protagonismo das mulheres como fonte de força
Este foi um detalhe lindo que percebi em D&D e claro que não queria deixar passar. Enquanto os personagens homens da história não se destacam inteiramente por sua força, temos um protagonismo muito bem executado das mulheres como detentoras da força e da luta, combatendo na base do soco mesmo toda a vilania e as ameaças do reino. Eu vou mexer com elas? Jamais.
É o equilíbrio perfeito de uma boa adaptação com uma excelente produção
É para todos (e para todes). É para o fã, nerd, entusiasta e simpatizante. Mas também para o público geral que não conhece muito bem, mas quer um bom filme sem compromisso e sem se arrepender pelo ingresso comprado.
Com pouquíssimos pontos negativos para destacar, Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes é um longa garantido de entretenimento nos cinemas para quem for prestigiá-lo. Certamente, é um acerto e tanto para a adaptação de jogos e uma excelente opção para aqueles que buscam uma experiência divertida e emocionante nas telonas. Este momento é todo seu, aproveite!
Confira abaixo o trailer oficial de Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes (2023), que estreia nos cinemas nesta quinta, 13 de Abril de 2023.