É indescritível a sensação de se conectar com momentos lindos e importantes da infância. Arrisco dizer que é a melhor forma de viajar no tempo, pra sentir de novo o momento único de assistir seu filme favorito pela primeira vez. Seja na física ou na ficção científica, a gente vai muito além de quaisquer leis do tempo quando nos reencontramos com a nossa criança interna e ela está feliz, contente por viver mais um momento inesquecível com gostinho de infância. Eu sinceramente, espero que esse sentimento te encontre ao assistir Lightyear nos cinemas – um filme que deixou o coração do pretinho aqui, quentinho e cheio de amor. 

Nesta aventura de ficção científica cheia de ação, conhecemos a origem definitiva de Buzz Lightyear, o herói que inspirou o brinquedo personagem da Franquia Toy Story. “Lightyear” segue o lendário Patrulheiro Espacial em uma aventura intergaláctica ao lado de um grupo de recrutas ambiciosos, e seu companheiro robô Sox.

É drama, ficção científica, comédia e aventura deslumbrante

Fica até difícil explicar quão único, incrível e perfeito é Lightyear. Para começar, temos aqui uma ficção científica espacial com uma história muito bem construída, abordando inclusive conceitos de espaço-tempo de forma simplificada, além de trabalhar perfeitamente com outros elementos narrativos muito bem executados na história. Tudo isso, com gráficos impecáveis e fotorrealistas – um 3D cheio de vivacidade e detalhes minuciosos que enchem os olhos. 

A animação impecável visualmente, passeia pelo drama de uma forma linda, gentil e bastante humana. Já na comédia, temos um humor leve, gentil e descontraído, que mostra não precisar ser inteligente e astuto demais – basta entregar momentos simples, únicos e divertidos. E chegamos enfim no lado mais Buzz Lightyear do longa – aventura e ação garantidas na jornada desse patrulheiro espacial. É um misto de emoções e sentimentos que entregam uma animação simplesmente completa. 

É um filme especial para o millennial nostálgico – prepare-se para se emocionar 

Assistindo ao longa, fica realmente claro para quem realmente Lightyear foi feito. Crianças, eu realmente amo vocês, mas este momento é do velhinho millennial que adora as animações que assistia quando criança. Definitivamente, a franquia Toy Story deixa um legado pesado em nossos corações, a partir do momento que a Pixar entrega uma animação com uma certa profundidade emocional e uma história pensada para ser memorável, forte e envolvente.

Lightyear se dedica bastante ao melodrama (Lorde está feliz neste momento), trazendo uma linha tênue que navega entre Up – Altas Aventuras (2009), que possui uma das introduções mais tristes da história das animações, e Interestelar (2014), carregando um drama peculiar da ficção científica que culmina em emoções que vão além de qualquer lei da física. Definitivamente, temos aqui uma animação com uma sensibilidade capaz de conversar muito bem com nossos sentimentos enquanto assistimos – e mexer com muitas lágrimas, então prepare-se para chorar. 

É também sobre o poder da diversidade e representatividade

Não à toa, o filme foi vetado em cerca de 14 países do Oriente Médio e da Ásia, por simplesmente mostrar um beijo entre pessoas do mesmo sexo. Lightyear traz um acontecimento histórico na Pixar, marcando uma conquista muito importante para a comunidade LGBTQIA+. Mas o que mais impacta aqui, é o poder da identificação desse momento na história do filme. Foram cenas sensíveis, belas e cuidadosamente feitas. Foi lindo e emocionante presenciar esse ato – e espero que seja uma experiência memorável para quem for impactado. 

Um Buzz gente como a gente

Quem é Buzz Lightyear sem o seu senso de responsabilidade? Definitivamente, é como nos lembramos desde Toy Story deste personagem, que tenta sempre cumprir sua missão interminável. Na animação Lightyear, além de entender afinal qual a bendita missão do Buzz, você encontrará com a verdadeira essência desse personagem, que confesso, me impressionou e encantou. 

Buzz é acima de tudo, humano como a gente. A construção do lado pessoal do personagem foi um trabalho excepcional, principalmente ao mostrar suas vulnerabilidades. O longa nos traz um Buzz sério e comprometido, mas também um triste, melancólico, um pouco ingênuo e, principalmente, um coração gigante por trás de sua virilidade. Suas interações com Sox, seu gato-robô assistente, mostram ainda um lado sensível de Buzz, além de serem divertidos juntos. 

E para quem pergunte sobre a dublagem, sabemos que a franquia Toy Story  mantinha a voz inesquecível de Guilherme Briggs para o personagem, mas em Lightyear, temos uma mudança mas um excelente trabalho do ator e apresentador Marcos Mion, que entrega Buzz Lightyear bastante polido. A mudança é notável no começo, mas a voz entrega um carisma e autenticidade tão inconfundíveis, que você nem se atenta a este detalhe. 

Será que eu encontro um Sox pra adotar?

Sox é o ponto alto de Lightyear. Nunca antes foi pensado em um gato-robô com tanto carisma para a tela do cinema. Sabe um ponto de clímax? Ele pode facilmente ser um clímax, só que de fofura. Nosso gatinho robotizado foi um acerto e tanto na produção, já que se conecta perfeitamente com Buzz e entrega momentos hilários, além de quebrar a tensão da narrativa e, principalmente, a seriedade do nosso patrulheiro espacial. Sox já ganhou nossos corações e desconfio até que pode ganhar um Spin-off. Será que pode vir aí?

Lightyear é sobre nossos ciclos – e a vida que passa e a gente nem vê 

Essa é a lição de casa. Lightyear possui uma abordagem fantástica sobre o tempo, a vida e a morte, trazendo a ficção científica para mudar nossa percepção sobre esses conceitos e, principalmente, as emoções e os sentimentos como o que fica e nunca se perde. Deveras, é uma jornada que vai ao infinito e além de todas as possibilidades que imaginamos. Não há expectativa que traduza Lightyear, mas há sentimentos que mostrem o quão profundo, emocionante e impactante é este filme. Vai além de um legado e se perpetua, agora, como algo único. Obrigado, Buzz. 

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Confira abaixo o trailer oficial de Lightyear (2022), que estreia nos cinemas nesta quinta, 16 de junho de 2022. 

Escrito por

Alison Henrique

Publicitário, Empresário, Dançarino, Cantor, Estudante de Filosofia e, claro, APAIXONADO por Cinema, Arte, Música e Livros. Crítico de Cinema aqui no {Des}Construindo o Verbo com muito sentimento, emoção e boas reflexões pra gente mergulhar nas obras do cinema contemporâneo. Seja Ficção, Drama, Romance, DC, Marvel, Ficção Científica, Bom, Ruim, Médio ou Péssimo. A gente sempre vai se encontrar por aqui pra discutir um pouco sobre tudo. Instagram: @alisonxhenrique.